MANOEL AUGUSTO DE OLIVEIRA
(1879-1919)
Augusto de Oliveira viveu como morreu: tragicamente.
Humilde de origem e por temperamento, sofreu estoicamente todas as injustiças dos homens e a perseguição tenaz de se destino tirano.
Estudou com os maiores sacrifícios e para conquistar uma carta de bacharel, aventurou-se a ser professor do Colégio Aires Gama, no Recife, onde ensinava até o que não sabia.
Esse mesmo destino, que nunca lhe dera tréguas, empurra-o para um vilarejo cearense — São Bernardo das Russas — como juiz de direito, onde encontraria morte trágica no punhal de um bandido, antes de completar quarenta anos. Seu assassino , Antonio Agostinho, por questões políticas lhe aplicara onze facadas, sendo condenado a 16 anos de prisão.
Ele era um poeta delicado e inspirado, nasceu no Tabuleiro do Pinto, município de Santa Luzia do Norte, aos 6 de setembro de 1879, falecendo em 1919, no Ceará.
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AVELAR, Romeu de. Coletânea de poetas alagoanos. Rio de Janeir o: Edições Minerva, 1959. 286 p. ilus. 15,5x23 cm. Exemplar encadernado. Bibl. Antonio Miranda
LÍRICAS
Brilha o poema imortal dos seus olhos serenos
Quando, através da Forma erro saudoso e imerso;
E em vão desdenhará, argila dos meus trenos,
Porque em vão fugirás, divina, dos meus versos!
Ele te arrastará a abrasadas esferas
Pelo som de tua voz enamorada e louca;
E nunca saberás a razão destas feras
Rugirem-te nos pés, mordendo-te na boca.
Da algidez outonal, das névoas e dos gelos
Zombará, claramente, a imagem de oiro fina;
Engastará, radiosa, a pérola divina...
Em redor do clamor onde passar teu vulto,
O teu se diluirá na asa do bando vento...
Para outra vez descer dos céus, oculto,
Sob a forma imortal, meu mortal pensamento.
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Página publicada em junho de 2021
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